"Já de algum tempo, conforme acabei sabendo, o Álvaro adestrava o rapaz para escrever não à maneira dos outros, mas à minha maneira de escrever pelos outros, o que me pareceu equivocado. Porque minha mão seria como luvas minhas, da mesma forma que o ator se transforma em mil personagens, para poder ser mil vezes ele mesmo." (P. 23)
Recentemente tive o prazer de ler esse livro, Budapeste, de Chico Buarque. Me encantei desde o princípio com a história do ghost-writer José Costa (Zsoze Kósta) que vive um triângulo amoroso com Vanda e Kriska, enquanto escreve textos anonimamente para ser assinado por outros. Em uma sequência de idas e vindas a Budapeste, na Hungria, José vê-se apaixonado. Um amor platônico e muito intenso. Porém com a pequena diferença de não ser o amor a uma mulher, e sim a um idioma... José vê-se encantado pelo idioma húngaro e a partir de então dedica-se a dominar a língua. Em um texto metalinguístico, conta sua história de uma maneira viciante e admirável. A Chico Buarque, todo o meu respeito. E a vocês, fica a dica.
Um beijo, L.