Quando conhecemos uma pessoa nova, é como se você ganhasse um copo vazio dela. Ele pode simplesmente continuar vazio, sem fazer diferença pra você. Continuar sendo só mais um na sua bandeja. Ou ele pode ser enchido. Tem uns, que de cara a vida já enche de veneno. Daí o melhor a fazer é jogar aquele copo fora, eliminar da sua vista. Outros, a gente vai enchendo aos poucos. Uma dose de confiança, outra de carinho, e mais uma de cumplicidade, por favor. A pessoa pode até jogar uma pedrinha chata no próprio copo, mas ela não vai fazer tanta diferença, no meio de tanto líquido bom. Tem uns que jogam umas gotinhas de pimenta, umas de álcool, outras de poção do amor.
Mas aí, chega uma hora em que um copo esburra. Satura, ultrapassa o limite. Não cabe mais nada nesse. E o que nos resta saber é se a pessoa merece ganhar mais um copo, ou até mesmo uma jarra, ou então ser derramado e defenestrado de uma vez. É por isso que a gente tem que estar sempre atento aos nossos copinhos que entregamos a outras pessoas. Uma vez que ela tem um copinho seu, só cabe a você se tornar um líquido prazeroso a ponto de ser guardado e admirado. Porque quando você se der conta, você pode já ter sido jogado pelo ralo sem nenhum aviso prévio...
Porque por mais que você finja que não, uma vez que te jogam uma pedrinha, você sempre lembrará dela. Por mais que ela já esteja bem lá no fundo.
Um beijo. L.