terça-feira, março 30, 2010

Sr....

"Já de algum tempo, conforme acabei sabendo, o Álvaro adestrava o rapaz para escrever não à maneira dos outros, mas à minha maneira de escrever pelos outros, o que me pareceu equivocado. Porque minha mão seria como luvas minhas, da mesma forma que o ator se transforma em mil personagens, para poder ser mil vezes ele mesmo." (P. 23)


Recentemente tive o prazer de ler esse livro, Budapeste, de Chico Buarque. Me encantei desde o princípio com a história do ghost-writer José Costa (Zsoze Kósta) que vive um triângulo amoroso com Vanda e Kriska, enquanto escreve textos anonimamente para ser assinado por outros. Em uma sequência de idas e vindas a Budapeste, na Hungria, José vê-se apaixonado. Um amor platônico e muito intenso. Porém com a pequena diferença de não ser o amor a uma mulher, e sim a um idioma... José vê-se encantado pelo idioma húngaro e a partir de então dedica-se a dominar a língua. Em um texto metalinguístico, conta sua história de uma maneira viciante e admirável. A Chico Buarque, todo o meu respeito. E a vocês, fica a dica.

Um beijo, L.

domingo, março 14, 2010

Meio cheio

Quando conhecemos uma pessoa nova, é como se você ganhasse um copo vazio dela. Ele pode simplesmente continuar vazio, sem fazer diferença pra você. Continuar sendo só mais um na sua bandeja. Ou ele pode ser enchido. Tem uns, que de cara a vida já enche de veneno. Daí o melhor a fazer é jogar aquele copo fora, eliminar da sua vista. Outros, a gente vai enchendo aos poucos. Uma dose de confiança, outra de carinho, e mais uma de cumplicidade, por favor. A pessoa pode até jogar uma pedrinha chata no próprio copo, mas ela não vai fazer tanta diferença, no meio de tanto líquido bom. Tem uns que jogam umas gotinhas de pimenta, umas de álcool, outras de poção do amor. 
Mas aí, chega uma hora em que um copo esburra. Satura, ultrapassa o limite. Não cabe mais nada nesse. E o que nos resta saber é se a pessoa merece ganhar mais um copo, ou até mesmo uma jarra, ou então ser derramado e defenestrado de uma vez. É por isso que a gente tem que estar sempre atento aos nossos copinhos que entregamos a outras pessoas. Uma vez que ela tem um copinho seu, só cabe a você se tornar um líquido prazeroso a ponto de ser guardado e admirado. Porque quando você se der conta, você pode já ter sido jogado pelo ralo sem nenhum aviso prévio... 


Porque por mais que você finja que não, uma vez que te jogam uma pedrinha, você sempre lembrará dela. Por mais que ela já esteja bem lá no fundo.

Um beijo. L.

domingo, março 07, 2010

Surto de insanidade

Por que é que quando tudo está indo perfeitamente bem, algo tem que estragar? Ah, vá! Me deixe ser integralmente feliz... Logo agora, que estava no ápice do momento Living La Vida Loca, vem a ressaca moral que me faz repensar em tudo que eu fiz. Poxa, me deixe fazer coisas sem pensar! Agir só pela simples vontade de agir, sem ter medo das consequências... Pois é, essas consequências é que andam me assombrando ultimamente. Não quero virar escrava da fofoca alheia, nem ter a imagem que os outros colocam pra mim. Mas ah, quer saber?! Deixe que digam, que pensem. Não faço nada demais, sou só mais uma adolescente querendo me divertir... Afinal, a hora é agora, não é? Não quero virar uma adulta complexada por não ter feito o que quis.

Está bem. Surto de insanidade passou. Mas o de liberdade não. Estou amando esse momento free e espero que demore a passar. Sentimento de vida, de querer viver. Adoro isso.

Não existe caminho pra ser feliz. A felicidade É o caminho.

Um beijo.
L.